Ação social
Apadrinhamento Solidário chega aos seis meses e busca novos adeptos
Atualmente, 18 profissionais liberais se engajaram ao projeto; são cidadãos como a psicóloga Shaiane Ollermann
Gabriel Huth -
Os planos estão anotados em um diário de atividades. A cada sessão de terapia, não é apenas a estudante Dalva Ribeiro, de dez anos, quem sai entusiasmada, à espera do próximo encontro e das novidades que estão por vir. A psicóloga Shaiane Madruga Ollermann também se motiva. Neste Domingo de Páscoa, em que o convite é à reflexão das oportunidades diárias de desenhar uma vida nova, o Diário Popular traz o balanço de seis meses do Apadrinhamento Solidário; um projeto em que você também pode ajudar a fazer a alegria de uma das 65 crianças e adolescentes que hoje vivem nos cinco abrigos de Pelotas.
Atualmente, 18 profissionais liberais estão engajados à iniciativa. Grupos de cidadãos e empresários também têm se unido com o intuito de realizar pequenos sonhos e criam momentos especiais com a gurizada, seja em idas ao cinema ou em festas especiais de aniversário. São situações que encontram fundamentação na própria Constituição brasileira, ao estabelecer que a proteção dessas crianças e jovens não são dever só do Estado. "Toda a sociedade deve se envolver", defende a juíza da Infância e Juventude, Alessandra Couto de Oliveira. E os apelos têm reverberado.
Momento de ganho mútuo
A lourenciana Shaiane Ollermann seguia todos os ritos: formou-se em Psicologia, montou consultório e começava a organizar agenda com os primeiros pacientes. Mas era preciso mais. "Os projetos sociais sempre foram vivos pra mim, desde os tempos do Ensino Médio", conta. E nesse contexto, de busca por novas ações, a jovem descobriu a existência do Apadrinhamento Solidário e teve certeza: estava ali a chance de doar-se. Desde janeiro, então, passou a atender a pequena Dalva.
Confecção de jogos de memória e de calendário, desenhos, jardinagem, preparo de slime, jogo da velha... Em meio a essas várias oportunidades de interação, os assuntos fluem, de forma mais leve. Sem formalidades ou perguntas diretas. "Mesmo para os adultos, falar de suas vivências é algo que toca, dói, machuca", afirma a psicóloga. Com a criançada não é diferente e o olhar, claro, deve ser diferenciado.
E tem dado certo. Ao despedir-se de Shaiane, Dalva já estava curiosa pela programação do novo encontro, que terá mais uma rodada de brincadeira: bingo - estava apontado no diário de atividades. Será mais um momento em que ambas ganham.
Suporte fundamental
O chefe do Departamento de Alta Complexidade da Secretaria de Assistência Social, Juliano Nunes, destaca a importância das parcerias que têm se formado através do projeto Apadrinhamento Solidário. São profissionais que podem trocar informações com as equipes que atuam diretamente com a gurizada dos abrigos e contribuir com posições de quem interage com eles em ambientes que extrapolam o universo das próprias instituições onde, não raro, muitos deles vivem há mais de uma década, à espera de amor e de acolhimento de família. "É um projeto que tende a qualificar o atendimento que eles recebem".
Você pode ser um padrinho!
- Quem pode aderir ao projeto?
Pessoas físicas e jurídicas podem participar do Apadrinhamento Solidário.
- As três formas de se engajar:
* Através do pagamento de cursos e qualificações às crianças e jovens dos abrigos. Acesso ao estudo de línguas, esportes, dança, teatro e música são exemplos do que você poderia custear, conforme os sonhos indicados pela gurizada.
* Mediante a prestação de serviços. Profissionais, como psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, dentistas, nutricionistas e professores - para reforço escolar - podem abrir espaço na agenda e oferecer atendimento gratuito para dar sua contribuição ao projeto.
* Através de doações, que podem ser canalizadas tanto para as crianças e adolescentes - como roupas, brinquedos, livros e material escolar -, como para os abrigos, com melhorias no mobiliário e investimentos em eletrodomésticos.
- Como saber necessidades e desejos?
A fanpage Apadrinhamento Solidário - Ajudando a realizar sonhos é a principal ferramenta para acompanhar os anseios da gurizada e as necessidades de melhorias nos abrigos.
Atividades que dependam de pagamento devem ser negociadas diretamente com a instituição ou o estabelecimento que irá oferecer o serviço. Os padrinhos não devem repassar o dinheiro diretamente à prefeitura, para dar mais transparência ao projeto. As empresas que, eventualmente, unam-se ao Apadrinhamento não têm qualquer benefício fiscal. A contrapartida recebida é a felicidade de uma das crianças e jovens.
- Saiba mais
O Apadrinhamento Solidário é uma parceria entre o Juizado e a Promotoria da Infância e da Juventude e a Secretaria de Assistência Social de Pelotas. Mais informações podem ser obtidas através do Juizado - (53) 3279-4900 - e da Secretaria - (53) 98437-2563.
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